Aumentaram os casos e as internações pela Covid-19 de crianças e adolescentes de Rio Preto com a disseminação da variante Ômicron pelo Noroeste Paulista. Médicos alertam que, apesar da maioria dos casos de coronavírus serem leves nos pequenos, é preciso ficar atento. Isso porque as crianças podem desenvolver a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (Sim-p), doença grave pós-Covid-19.

Dados do Hospital da Criança e Maternidade (HCM) apontam que, do início do ano até 24 de fevereiro, 48 crianças foram internadas no HCM após testarem positivo para Covid-19 – média de 12 por mês. Para se ter uma ideia, em todo ano de 2020, foram 51 internações de crianças no hospital. Já no ano passado, com a disseminação das variantes Gama e Delta, foram 65 hospitalizações – média de cinco por mês nos dois anos.

A médica infectologista pediátrica do Hospital de Base de Rio Preto, Marcia Wakai Catelan, relata que a maioria das crianças são internadas por apresentarem um quadro grave respiratório, ou seja, necessitam de oxigênio e leitos de terapia intensiva. “Com a Ômicron, tivemos um aumento de casos na região inteira. E como somos um hospital referência recebemos casos de várias cidades”, disse.

Estudos desenvolvidos por médicos britânicos apontam que crianças infectadas pela variante Ômicron apresentam sintomas diferentes dos manifestados em adultos, como manchas e irritações na pele. Além disso, perda de apetite, febre, tosse, dificuldade para respirar e problemas gastrointestinais como dor de barriga, náusea, vômito e diarreia também aparecem como sintomas recorrentes nas crianças.

Na região, a maioria das crianças que recebemos no HCM apresentam febre, coriza, espirram muito e apresentam desconforto respiratório”, destacou Marcia.

Ao mesmo tempo que aumentou o número de internações no HCM, disparou o número de casos positivos de Covid-19 em crianças. Levantamento da Secretaria Municipal de Saúde obtido pelo Diário aponta que, enquanto houve redução entre pessoas de 20 a 59 anos, aumentou o percentual de contaminação em Rio Preto na faixa etária de 0 a 19 anos.

O levantamento mostra que em 2020, durante a primeira onda de infeções de Covid, 3,17% dos casos ocorreram em crianças de 0 a 9 anos; neste ano, entre janeiro e fevereiro, o percentual de infecção em crianças foi para 5,47%. Já entre pessoas da faixa etária de 10 a 19 anos, o percentual de infecções foi de 6,30%, em 2020, para 7,86% neste ano.

Especialistas dizem que os dados reforçam a importância da vacinação de crianças e adolescentes. “A vacinação possui justamente o objetivo de diminuir o número de internações e a ocorrência de casos graves da doença. Isso é o mais importante: prevenir casos graves, porque na hora que interna podemos ter as consequências do pós-Covid”, alertou Marcia.

Em Rio Preto, a taxa de vacinação de crianças permanece abaixo de 65%. Isso significa que de cada dez crianças da cidade, seis estão vacinadas e outras quatro ainda precisam ser imunizadas. Como forma de diminuir o percentual de crianças e adolescentes que ainda não foram tomar a primeira dose das vacinas contra a Covid-19, a Prefeitura de Rio Preto deve iniciar nesta semana uma campanha de vacinação nas escolas.












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