Superlotadas, as cinco UPAs de Rio Preto estão com 103 pacientes à espera de transferência para leitos hospitalares. Há doentes na fila de espera desde março, acomodados em cadeiras e até no chão. O Conselho Municipal de Saúde exige da Prefeitura a criação de mais 40 vagas para desafogar o sistema e o Ministério Público quer soluções para o problema.
A rede pública de Rio Preto tem cinco UPAs: Jaguaré, Norte, Santo Antônio, Tangará e Vila Toninho, administradas pela Secretaria Municipal de Saúde.
Os dados sobre o excesso de pacientes internados nas UPAs fazem parte de um levantamento feito pelos conselheiros, em visitas feitas pessoalmente entre os dias 8 e 10 de abril deste ano.
Projetadas para acolher 83 pacientes em atendimentos emergenciais, as UPAs deveriam imediatamente transferir os doentes para hospitais, logo após a estabilização dos quadros clínicos. Sem vagas, acabam por improvisar internações, transformando horas até em dias de espera.
De acordo com resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), as UPAs podem manter os pacientes por até 24 horas, porque são estruturas de complexidade intermediária entre as unidades básicas de saúde e as portas de urgências hospitalares.
O levantamento sobre excesso de pacientes nas UPAs foi apresentado na noite de terça-feira, 12, durante reunião ordinária da Conselho Municipal de Saúde, com a presença do secretário municipal de Saúde, Aldenis Borim.
O presidente do conselho municipal, Fernando Araújo, afirma que a ideia de visitar as UPAs surgiu após receberem queixas de usuários sobre problemas nos pronto-atendimentos. O Sindicato dos Servidores Municipais já tinha feito o mesmo levantamento, mês passado.
Jaguaré superlotada
Pelo relatório apresentado na reunião, a pior situação está na UPA Jaguaré, onde estão 37 pacientes à espera de transferência.
Araújo afirma que parte da superlotação se explica pelo aumento de casos de dengue, que tem elevado o número de atendimentos nas unidades municipais de emergência.
Nos deparamos com uma pessoa internada em UPA com dengue hemorrágica. Ela tinha que ser transferida o quanto antes para instalações com mais condições de tratamento. Se morre, não é só um número na estatística, é uma vida”, afirma.
Com base neste levantamento, o Conselho de Saúde apresentou durante a reunião a necessidade de contratação de mais 40 leitos junto à rede hospitalar de Rio Preto, mas Aldenis não respondeu quando poderá atender ao pedido.
A discussão contou com a participação do diretor-executivo da Funfarme, Jorge Fares, e da diretora regional de Saúde (DRS-15) em Rio Preto, Silvia Elisabeth Forti Storti.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que está trabalhando para aumentar a quantidade de leitos. Para amenizar a crise no setor, a Prefeitura restabeleceu o atendimento pediátrico na UPA Jaguaré e ampliou horário de atendimento nas outras quatro unidades de atendimento emergencial.
Fonte Diário da Região