Rio Preto se pinta com as cores da diversidade na tarde do próximo domingo, 26. Em sua 16º edição, a Parada do Orgulho LGBTQIA+ vai ocupar a avenida Alberto Andaló com forte discurso político, incentivando os participantes a votar em candidatos que defendam políticas públicas voltadas para a comunidade LGBTQIA+.

evento, organizado pelo Coletivo Mais Orgulho Rio Preto, em parceria com a Prefeitura e o governo do Estado, tem como tema "Seu voto é nossa resistência", o que, segundo Carlos Ricceli, um dos organizadores e membro do coletivo, envolve a busca por direitos iguais.

Ano passado foi a questão da Covid-19 e das vacinas. Esse é o ano mais importante dos últimos, a eleição é crucial e fizemos um tema para chamar a atenção da comunidade LGBTQIA+ e de todos os simpatizantes a fazerem uma escolha correta, não somente uma classe ideológica ou religiosa. Por uma política que atenda a todos, do evangélico ao LGBTQIA+, e que realmente trabalhe para todos", afirma.

A sigla que representa a comunidade inclui lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queers, intersexo, assexuais, agêneros e pessoas não-binárias.

Programação

Pela 3º vez, a Parada de Rio Preto é apoiada no edital "+Orgulho SP", promovido pela Associação Amigos da Arte em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento e Economia Criativa de São Paulo. A mobilização começa ao meio-dia, em frente à Prefeitura, e terá apresentação dos DJ’S: Karol Reis, Tatiê, Victor Barrela, Vix e Rodrigo Mabel no trio elétrico principal. Em outro veículo, o trio 'Bora pro rolê', se apresentam os artistas AMJ, Gui Marques, Felipe Gouveia e  Bárbara Ananda.

Segundo Ricceli, a expectativa de público na 16º edição da Parada é de 20 mil pessoas. O município vai receber excursões confirmadas de Minas Gerais, além de municípios paulistas, como São Paulo, Marília, Araçatuba, Birigui e Lins. "Esse ano, acho que vamos ter um público bem maior, se espelhando na parada de São Paulo, que teve recorde de público", afirma.

marcha seguirá pela Andaló até o Centro Regional de Eventos, onde haverá shows e artes performáticas com drags e outros artistas do cenário LGBTQIA+. Entre eles: Watuzi Cox, Naly Picumã, Ágatha Renard, Joanna Blac, Jessie Jhay, Kyara Arayk, Maytê Velask, Allana Peixoto, Maya Montenegro e Viktor.

apresentação do evento ficará por conta de Margoth Killer e Kitanna Kay, até as 20h.

Além do financiamento público, o evento conta com o apoio de empresas privadas, como o Oba Festival, além de produtoras de eventos, como a Aldeia Sonora, Bora Pro Rolê, Capivara Eventos, 3R, e duas casas noturnas na cidade: a Mixed e o Santa Club.

Evento conscientiza sobre ISTs

Para além do tema principal, que são as eleições de outubro, a Parada do Orgulho LGBTQIA+ também abordará questões como saúde sexual e prevenção a Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e ao vírus HIV.

A Secretaria de Saúde de Rio Preto estará no evento com uma equipe do Centro de Testagem e Acompanhamento (CTA) realizando campanhas de informação, orientação e prevenção a ISTs, além da distribuição gratuita de preservativos.

gente está vendo um surto de sífilis na cidade e no Brasil inteiro e sentimos muito a falta de campanhas. Antigamente tinha um pessoal na porta de boates, outdoors e hoje a gente não vê mais isso. Uma pena. IST e HIV não pega só a população LGBTQIA+. Eles [equipe da Secretaria de Saúde] só não vão conseguir fazer os testes no dia do evento porque a pessoa às vezes acaba esquecendo de pegar o resultado. Para não desperdiçar, serão distribuídos autotestes paraque a pessoa possa realizar em casa", disse Carlos Ricceli.

Discriminação

Dados do Índice de Estigma em relação às pessoas vivendo com HIV/aids, realizado pela primeira vez no Brasil, entre abril e agosto de 2019, revelam que a maioria das pessoas que vivem com HIV e das pessoas que vivem com aids no pais já passou por pelo menos alguma situação de discriminação ao longo de suas vidas. O estudo organizado pela agência das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) com 1.784, mostra que 64,1% das pessoas entrevistadas já́ sofreram alguma forma de estigma ou discriminação.

O levantamento também evidencia que muitas destas pessoas já passaram por outras situações de discriminação, incluindo assédio verbal (25,3%), perda de fonte de renda ou emprego (19,6%) e até mesmo agressões físicas (6,0%).

Diariodaregiao 
















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